sexta-feira, 6 de julho de 2012

Texto do professor Sérgio Luiz Souza Araújo

Prezados Estudantes,

Concluí a leitura dos comentários postados no blog do Seminário e declaro encerradas as postagens para fins de avaliação.

Quem inseriu um comentário cumpriu adequadamente com um ônus. Aproveito o ensejo para trazer à lume esse importante conceito de direito processual formulado pelo alemão James Goldchmidt. Quem deixa de cumprir um ônus, não descumpre um dever, não incorre em nenhuma sanção, pois um ônus é um imperativo no próprio interesse. Assim, quem cumpre um ônus, desincumbindo-se de um encargo, cria uma situação de vantagem. Trata-se não apenas de um dos mais importantes conceitos formulados para a teoria geral do processo, mas uma verdadeira lição de vida.

Nas palavras do poeta Amado Nervo:

“Bem próximo do meu fim, eu te bendigo vida! Nunca me destes esperanças falidas, nem trabalhos injustos, nem penas imerecidas, pois ao final desse meu rude caminho  pude perceber  que  fui eu mesmo o arquiteto do meu próprio destino”.

Agradeço aos comentários e pude constatar que o seminário atingiu plenamente os objetivos propostos.

As universidades foram criadas no interior dos mosteiros e abadias no século XIII. O que se fazia nelas nos seus primeiros cursos, teologia e direito, era reproduzir os sermões das igrejas. A aula como sermão. De lá para cá, ao longo desses séculos, prosseguimos na mesma metodologia. O professor é o magister dixiter. Como dizia um catedrático: “A mim não interessa se o aluno acha as minhas aulas boas ou ruins. A minha função é ditá-las, a dos alunos, escutá-las”.  Não é por outra razão que muitos gostariam de estar fazendo outra coisa a ter que assistir a uma aula. Dizia o premiadíssimo escritor argentino Jorge Luiz Borges: “Aprendi muito mais fora da escola do que dentro dela”. “A escola havia matado muitas coisas boas em mim”. Na década de 60 o prêmio nobel de física Richard Feynmman veio ao Brasil dar um curso para professores e declarou estarrecido: “Os alunos tinham decorado tudo, mas não sabiam o significado de nada”. Queremos continuar na mesma, conhecendo todas as teorias e não sabendo usar nenhuma? O conhecimento tem que estabelecer conexões com a vida!

O nosso seminário procurou vivenciar os quatro pilares da educação para o século XXI anunciados por Jacques Delors num seminário promovido pela UNESCO em Paris com os maiores educadores do mundo: “Aprender a conhecer; Aprender a fazer; Aprender a conviver com os outros; Aprender a ser.”

As palavras de Lucas Vaz, Lorena Martinelly, Gabriel Rotsen, João Luis, Fernanda Rabelo, Vinícius Samuel, Douglas William, Débora Avelar, Tatiana, Pedro Nunes e tantos outros, revelam perfeitamente a assimilação desses novos paradigmas em matéria de educação. Agradeço aos demais estudantes, não citados expressamente, mas que me sensibilizaram pela beleza dos comentários. “Palavras, palavras, palavras, que estranho poder é o vosso...”.

Estou plenamente ciente do tanto de esforço, tempo e energia que foram gastos pelos grupos e notadamente pelo cerimonial. Mas, descobrimos inúmeros tesouros. O meu desejo é que esses tesouros se frutifiquem ao longo da faculdade e da vida profissional.

Nas palavras de Rubem Alves:

“É essa a imagem que se forma ao redor da minha paixão pela educação. Estou semeando as sementes das minhas esperanças.
Eu não busco discípulos para transmitir-lhes saberes. Os saberes estão por aí para quem quiser.
Eu busco discípulos para neles depositar as minhas mais altas esperanças”.

Cordialmente,

Prof. Sérgio Luiz Souza Araújo

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