terça-feira, 3 de julho de 2012

Segundo dia de seminário

Mensagem do Professor Dr. SÉRGIO LUIZ SOUZA ARAÚJO, pronunciada pelo acadêmico SÉRGIO MARCONE, na abertura do segundo dia do Seminário Direito de Punir versus Direito de Liberdade para os Povos do Livro e de Allah.


Senhoras e senhores, boa noite!

Dando prosseguimento a este evento, que teve início na segunda feira, 25.06.2012, com três excelentes dramatizações, enfatizando a herança judaica, cristã e muçulmana na formação do pensamento ocidental e dos institutos jurisdicionais penais, teremos hoje três temas a serem dramatizados e  de fundamental importância  para a compreensão das relações entre direito, história e religião.

O primeiro grupo prossegue o esforço de superação do nosso desconhecimento e preconceitos contra o Islã. Recrianda a ambiência das Arábias do séc. VII, iremos ficar diante de um tribunal muçulmano que procurará revelar a ética, a justiça e os supremos valores do islã.

O segundo grupo propõe-nos um retorno ao século 13, mais precisamente ao ano de 1215, quando o papa Inocêncio terceiro, um dos homens mais poderosos da história, convocou o quarto concílio de Latrão. O grupo irá, certamente, provocar em todos nós uma fértil reflexão sobre o poder, o direito, a liberdade e a justiça. Os acontecimentos daquele concílio ainda provocam efeitos nefastos, dando base à intolerância e aos movimentos totalitários e racistas do mundo de hoje.

Finalmente, o terceiro grupo, cujo tema é Jerusalém: uma cidade e três religiões, irá nos confrontar com essa misteriosa porção de terra do planeta, cujas pedras se tornaram sagradas para as três grandes religiões monoteístas: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Ao longo de sua história, Jerusalém foi palco de inúmeras invasões, saques e destruição. Ela foi mil vezes destruída. Ela ressurgiu mil vezes.

Ainda hoje, depois de tantos séculos, Jerusalém é fonte de inúmeros conflitos. O Monte Moriá, no qual Abraão, em obediência à deus iria sacrificar seu amado filho é também o mesmo monte no qual o rei Salomão mandou construir o templo sagrado e que foi destruído pelos babilônios e onde também Herodes mandara construir o segundo templo.  É exatamente neste lugar que os judeus no século XXI pretendem construir o terceiro templo.

No Monte Moriá os muçulmanos fizeram construir o Templo do Monte e ao seu lado a mesquita Al Aqsa. Trata-se de um lugar sagrado para o islamismo, depois de Meca e Medina, pois foi a partir do Monte do Templo que Maomé pousou com o cavalo burak,  e depois de ser recebido por Jesus e Moisés, subiu ao sétimo céu e avistou o trono divino.

Por fim, em jerusalém está a igreja do santo sepulcro, o lugar mais sagrado para os cristãos, e tantos outros lugares santo que motivaram as cruzadas durante mais de duzentos anos entre cristãos e muçulmanos.

Todos sabemos quanto sangue foi derramado. As atrocidades que foram cometidas em nome de Deus e em nome do pecado. Em nome da fé e em nome da esperança. Em nome de muito nomes, em nome de misteriosos e insondáveis nomes,  os homens pegaram em armas e espadas, massacraram, vilipendiaram, saquearam e destruíram.

Mas no hoje da contemporaneidade, Jerusalém não pode mais ser o alvo de lutas, pois o conceito de luta não é jurídico. O único nome pelo qual poderemos discutí-la será em nome do Direito, do Direito formulado e do Direito consentido pela sociedade internacional .

Como leciona o prof. Sérgio Luiz Souza Araújo:

“(...) o processo moderno tem muito a oferecer aos homens na solução de seus conflitos. Processo não é monólogo. Processo é diálogo. No passado foi conceituado como uma luta de partes, mas no processo as partes não estão em luta, mas numa relação de direito. Portanto, hoje devemos ver  na solução dos conflitos uma disputa persuasiva. O processo deverá assegurar às partes o direito à uma participação simetricamente igual na estrutura normativa que procura solver um conflito. É pelo jogo dos argumentos e contra-argumentos, razões e contrarazões, pressões e contrapressões que deverá brotar o direito. É somente pelo respeito à diferença, com a capacidade para o diálogo, a tolerância, tudo isso de bom rosto e cordial solidariedade, sentindo-nos todos companheiros de jornada que poderemos trilhar numa direção mais promissora e humana, para construirmos realmente a paz nesta terra, esta terra que pertence a todos nós”.

14 comentários:

  1. A realização do Seminário de Processo Penal foi uma experiência enriquecedora. Árdua, mas rica. No que concerne ao meu grupo – o Cerimonial – só posso dizer que foi um grande aprendizado. Nunca tive a oportunidade de participar da organização de um seminário ou algo do tipo. Porém, com nosso empreendimento, me sinto preparado de participar de outros. Desenvolvi algumas aptidões e característica, como é o caso do trabalho em conjunto, para as quais não dava muita importância antes. Os participantes, em geral, foram bastante proativos. Houve total cooperação entre as partes e, por isso, conseguimos promover um evento de forma ainda mais satisfatória do que a pensada no início do semestre. O grupo, desde março, estabeleceu diversos canais de comunicação para que as deliberações fossem feitas de modo a permitir execução das atividades com antecedência. Foram feitas reuniões semanais, discussões por grupo de email e Facebook, além dos contatos “informais” estabelecidos pelos membros dos subgrupos que compunham o editorial.

    Já sobre os outros grupos, considero que todos souberam usar da melhor maneira possível os recursos de que dispunham e foram capazes de criar roteiros interessantes, mesmo sem terem qualquer tipo de familiaridade com o teatro. Independentemente do tempo gasto por cada um, as histórias foram ágeis e capazes de fixar nossa atenção.

    Ao grupo 1 (O grande inquisidor) conseguiu ser didático sem ser cansativo. A divisão da peça em dois momentos foi bastante pertinente, pois enquanto um ‘explicava’ questões de direito, o outro mostrava exatamente o contrário da forma como era praticado em tempos de inquisição.

    O grupo 2 (Maomé e as Promessas do Islã) teve, para mim, o mérito de ser o grupo que mais utilizou o Processo Penal na feitura da história.

    O grupo 3 (Paralelos entre Cruzadas e Guerra ao Terror) foi criativo na utilização das referências e teve um texto bastante divertido.

    O grupo 4 (O Corão e sua hermenêutica. Os tribunais muçulmanos) abordou a cultura islâmica de modo respeitoso e bastante elucidativo.

    O grupo 5 (Fé, Exclusão e Disciplina- O IV Concílio de Latrão) primou pela irreverência sem abandonar o conteúdo.

    O grupo 6 (Jerusalém- uma cidade, três religiões) optou por um formato diferente dos outros trabalhos, o que foi interessante. Apresentar poesias e textos foi uma ótima escolha para a apresentação das culturas abordadas.

    Por fim, parabenizar o professor pela iniciativa.

    Frederico Ribeiro Lamêgo

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  2. O Seminário de Processo Penal, sob coordenação do professor Sérgio Luiz Souza Araújo, foi uma experiência incrível de como há alternativas lúdicas para o aprendizado. Ora, os temas ali tratados, de extrema importância para uma compreensão histórica e social sobre a formação do Processo Penal, poderiam ser tratados com leituras extensas, sem fixação do conteúdo e contato direto com o tema. No entanto, a possibilidade de se dramatizar e colocar “em cena” os textos lidos e estudados já garante ao aluno, no mínimo, um conhecimento profundo do tema e um exercício corporal de vivência da História e do contexto político-social em que se passavam os enredos.

    Além disso, como muito bem proposto pelo Prof. Sérgio, deve fazer parte da formação acadêmica do aluno o exercício de contato com o outro e com o público. A sociedade precisa de profissionais aptos a pronunciarem-se e tomarem posições definitivas diante de conflitos e desafios. Por outro lado, é necessário também um reconhecimento da capacidade e das dificuldades do outro quando o grupo entra “em ação”. Estes forem exercícios praticados durante todo o semestre. Deixamos o 5° período não só com um conhecimento profundo de Processo Penal, de seu desenvolvimento histórico e de sua importância social, mas também com uma experiência de como a aprendizagem lúdica nos dá o “prazer de aprender”. Parabéns aos grupos e ao cerimonial pelo excelente trabalho!

    HENRIQUE MENDES DE VARGAS

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  3. Gostaria, também, de parabenizar a iniciativa do professor Sergio na construção desse projeto teatral que juntou arte e direito e nos proporcionou apresentações surpreendentes. Sem dúvida alguma, foi uma experiência única participar desse projeto! Parabenizo também os colegas de classe que fizeram desse projeto uma realidade, se dedicando de corpo e alma ao estudo das temáticas e a apresentação teatral. Aos colegas do grupo "Jerusalém, uma cidade,três religiões" e ao diretor Bruno,que tanto nos ajudou nos ensaios, deixo aqui um abraço especial. Foram momentos prazerosos e salutares, de muita aprendizagem, que acabaram nos aproximando ainda mais.
    Pessoalmente, essa experiência foi engrandecedora. O Direito e o Processo Penal estão para além dos livros. Levar o graduando a ter contato com o público, a se pronunciar de forma adequada e a lidar com situações de dificuldade, certamente contribuiu para o crescimento de cada um de nós. Como futuros advogados estaremos diante de situações semelhantes a esta todos os dias de nossas vidas profissionais e saberemos como encara-las da melhor maneira possivel.

    Professor Sergio e colegas, obrigado pelo semestre!

    Kleber Cristiano Xavier Peixoto

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  4. O Seminário de Processo Penal foi, sem dúvida, uma experiência única para todos nós!O trabalho proposto que a princípio não acreditava ser uma boa idéia, acabou por ser um experiência em que aprendi "brincando", porque afinal, brincamos de ser atores por um dia. O mais gratificante foi ver que não somente nós ficamos felizes com o nosso brilhante trabalho, mas que podemos compartilhar isso com as pessoas que nos foram prestigiar. Ver a pláteia de pé nos aplaudindo me fez ter certeza de que todo o trabalho que tivemos valeu a pena.
    Gostaria de parabenizar o cerimonial que nós ajudou sempre que foi preciso e todos os demais grupos que nos presenteou com maravilhosas apresentações.
    Agradeço ao meu grupo pela paciência e pelas divertidas manhãs de domingo que tivemos junto, alem de todos os outros dias de pesado ensaio! Agradeço por todos terem contribuído, pouco ou muito, para que nossa apresentação fosse um sucesso!!
    Por fim, agradeço o professor pela oportunidade ímpar!

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  5. O Seminário de Processo Penal, coordenado pelo Professor Sérgio Luiz Souza Araújo, mostrou-se uma experiência bastante enriquecedora e gratificante para mim e para meus colegas do 5º Período de Direito da FDUFMG. A idéia de elaborarmos um teatro a princípio pareceu estranha e assustadora, mas a medida que nos demos conta de que éramos capazes para realizar tal atividade o aprendizado se tornou leve e prazeroso. Como os grupos envolviam alunos das duas salas e foi formado através de sorteio nós tivemos a oportunidade de trabalhar com colegas que até então não tínhamos muito contato. Isso foi ótimo pois acabou por estreitar relações, criar novos vínculos e promover a união entre os colegas.
    Gostaria de parabenizar o professor pela iniciativa, os colegas do cerimonial que desempenharam importantíssimo papel para o bom desenvolvimento do seminário e os colegas dos outros grupos pelos excelentes trabalhos apresentados.
    Por fim gostaria de agradecer especialmente aos meus colegas do grupo 4, por todo apoio, companheirismo e dedicação ao trabalho!

    BRUNA DA CUNHA FERREIRA

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  6. Lorenna Martinelly Alves Vieira5 de julho de 2012 às 16:16

    Não há como negarmos que houve uma certa "animosidade" (citando aqui um trecho da peça apresentada pelo meu grupo) inicial dos alunos quanto ao projeto inusitado de elaborar um teatro para a matéria de Direito Processual Penal, ainda mais envolvendo um dos tabus do preconceito: a cultura árabe e islâmica. Mas o professor Sérgio Luiz Souza Araújo ousou sair dos padrões estáticos do ensino jurídico que predomina em todo país e trouxe a lume uma experiência acadêmica que poucos discentes terão ao longo do seu período de estudo, que foi a oportunidade de encenar, de encarnar um papel e através da oralidade convencer um grupo daquela mensagem que intenta em passar.
    Tarefa essa que, ao fim de muita labuta, de um trabalho árduo de elaboração de um roteiro condizente com o que foi lido e com a proposta do trabalho, de ensaios antes das aulas ou aos fins de semana, de criatividade para elaborar efeitos e/ou para cativar o público que iria nos assistir, posso dizer que valeu a pena!
    Valeu a pena em diversos aspectos! Valeu a pena por termos contato com uma experiência nova para quase todos (eu já fiz teatro e, para mim foi ótimo voltar a ter contato com esse mundo tão vasto e gratificante!). Valeu pois tivemos a oportunidade de ter contato com novos colegas ou com aqueles com os quais raramente temos ou teremos oportunidade de trabalhar. Valeu a pena, porque mexeu com a nossa criatividade, com a imaginação, com o raciocínio. Valeu demais a pena por podermos fazer um trabalho que ficará sempre marcado nas nossas lembranças da faculdade. Fora que todos os colegas nos agraciaram com ótimas apresentações!
    Realmente eu preciso destacar o empenho e o ótimo trabalho apresentado por TODOS os grupos. É bom fazer parte de uma turma tão competente e empenhada. Isso é possível de se observar desde o início do curso, porém cm esse trabalho, tais aspectos ficaram ainda mais evidentes. E claro que eu não poderia deixar de dar os devidos parabéns e cumprimentos ao grupo do cerimonial, que teve uma responsabilidade enorme nas mãos, mas executaram suas tarefas de maneira primorosa!
    Gostaria de me dedicar agora a falar um pouco mais do meu grupo, o grupo 2, da obra "As Promessas do Islã". Gostaria de agradecer a todos do grupo a oportunidade de trabalhar com vocês! São todos pessoas excepcionalmente competentes, engajadas, com espírito de equipe e fraternidade. Foi ótimo ver como em conjunto pudemos construir um trabalho do qual muito me orgulhei de ser parte! Como cada um contribuiu um pouquinho na construção da personagem de cada um, do comprometimento em comparecer aos ensaios e a levar as coisas a sério quando mais se fez necessário. Conseguimos (com uma grande contribuição do colega Bruno, do cerimonial) unir a verossimilhança com um tribunal do juri, à didática inerente à proposta do trabalho e ao humor e descontração. Pelo menos eu creio que conseguimos cumprir a nossa proposta! Obrigada Juliana, Ramon, Vinícius, Leonardo Naranjo, Tatiana, Giovani, Túlio, Bruno, Gustavo Quintão (e a Mi Lady, lóóógico!) por algumas boas horas de trabalho e também de diversão!
    Por último, gostaria de agradecer ao professor Sérgio Luiz pela oportunidade e por ousar ir em contrapartida ao formalismo que tanto limita o Direito. Foi uma oportunidade ímpar! E nada melhor do que encerrar os trabalhos com uma ótima festa de encerramento! Sempre muito bom poder sair e se divertir com os colegas com quem já convivemos há uns bons anos e com os quais ainda conviveremos por mais uns bons anos! Felizes anos!

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  7. Lorenna Martinelly Alves Vieira5 de julho de 2012 às 16:26

    Gostaria apenas complementar com uma citação de Chaplin "A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos."

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  8. Gostaria de parabenizar o projeto trazido à sala pelo Prof. Sérgio. Não há dúvidas de que a experiência e o trabalho em grupo, desenvolvido ao longo do semestre, trouxeram contribuições para além do Direito Processal Penal. Nesse sentido, posso afirmar que o semestre nos trouxe uma possibilidade de praticar e reconhecer o desenvolvimento histórico e social do Processo. A própria dramatização dos temas elencados já nos trouxe um maior conhecimento de como é importante se compreender a influência da História, da Religião e da Sociedade no crescimento dos institutos do Direito Processual Penal.

    Parabenizo o trabalho e o esforço do Prof. Sérgio para a realização deste seminário e também aos colegas de sala que se mostraram verdadeiros artistas, na Arte do Direito.

    JÚLIA SOARES AMARAL

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  9. Ensaios, leitura constante e contato direto com o processo penal contemporâneo; entre outras características, desta forma se deu o desenvolvimento de nosso trabalho. Desde a escolha bibliográfica para trazer ao palco e à realidade as situações e teorias acerca do processo penal e do Islã, até a composição dos personagens e construção de toda uma situação que concretizasse nossos estudos, o referido trabalho se deu da maneira muito complexa. Sábados, domingos e vários intervalos, a experiência acima de tudo nos aproximou bastante e nos possibilitou conhecer de maneira mais completa e divertida aos nossos colegas. O comprometimento foi uma constante e o resultado, sem dúvidas, alcançou e superou nossas expectativas. Neste sentido, é notável a contribuição que nos trouxe esta oportunidade e, como dito, de modo a aperfeiçoar nossas capacidades comunicativas e de trabalho em equipe e grupo - características essenciais ao operador do direito e que, na graduação, pouco se desenvolvem. É louvável a coragem e o incentivo que nos deu o Professor Sérgio nesta que é uma iniciativa pioneira e que tem demonstrado sua eficácia como atividade de ensino e aprendizado.

    Leonardo Lima Naranjo

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  10. Lucas Vaz de Mello Moura5 de julho de 2012 às 21:38

    Me senti privilegiado de participar dessa experiência multidisciplinar proposta pelo professor Sérgio. O seminário foi verdadeiramente uma experiência única, que agregou valor às lições da sala de aula e beneficiou muito minha vida acadêmica.
    O método inovador de ensino agregou toda a turma, de modo que todos os alunos adquiriram maior contato entre si, desenvolvendo a comunicação e o relacionamento interpessoal. Ainda promoveu uma nova visão das importantes consequências dos eventos e conflitos religiosos antigos no âmbito jurídico atual, comprovando a importância do estudo histórico para um melhor aprendizado do Direito. Além disso, ao abordar um assunto pouco debatido em nosso contexto social como o Islã, o trabalho leva a um enriquecimento humanístico e quebra barreiras de entendimento, contribuindo para que os futuros juristas tenham em mente que suas ações influenciarão diversos povos, crenças e pessoas diferentes, e não o "homem padrão", figura engessada que retira tanto do potencial humano do Direito.
    O seminário mostrou-se surpreendente ao seu final, pois aprendi muito mais do que esperava, de maneira muito mais fácil e divertida.
    O aprendizado se faz a toda hora, e os métodos de ensino não precisam ter um formato fixo e imutável para serem efetivos. O conhecimento não é estanque, e a interdisciplinaridade é necessária para um maior desenvolvimento dos estudantes, como foi comprovado por essa experiência.
    Um grande evento acadêmico que certamente ficará marcado em minha memória e em toda minha carreira jurídica!

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  11. Depois de um longo semestre, com indiscutível trabalho e complicações diversas, difícil é criticar o resultado e o intuito do Seminário realizado, tendo em vista o demonstrado nos dois dias de apresentações. Em ambas as ocasiões, notória foi a dedicação dos atores/juristas, que saíram de seu âmbito de conforto e adentram em uma área atípica, mas com afinco, força de vontade e ensaios árduos, construíram ótimas apresentações, nas quais cotejaram o direito processual penal, a história mundial, alguns dogmas religiosos, bem como tangenciaram questões do dia a dia de um advogado, como a tolerância e o respeito.

    Necessário é ressaltar a integração e o companheirismo intra e entre os grupos, construindo uma unicidade nas apresentações. Sendo assim, destaca-se o trabalho em equipe, no qual membros com aptidões e característica diversas trabalharam para um fim único. Assim, perceptível foi que cada membro exige do outro questões diferentes e formas de lidar diversas com os problemas, vindo à toma conflitos, mas também soluções.

    No que tange ao meu grupo especificamente, inicialmente fizemos uma construção histórica do tema Cruzadas, e para tal desenvolvemos um estudo histórico de temas afins como cristianismo, islamismo, cultura muçulmana, bem como Jerusalém, e a própria idade média, vez que a temática perpassa séculos do período em questão. Em seguida, dividimos tarefas, duas frentes foram construídas, os responsáveis pelo trabalho escrito e os responsáveis pelo roteiro teatral, mas havendo grande interdependência, pois ambos se entrelaçavam. Sobre a atuação dos membros, observo que cada qual contribuiu para o trabalho de formas dispares, alguns mais proativos, outros mais criativos, excelentes atores ou escritores, mas como um todo, a integração, o comprometimento e a dedicação dos participantes se mostraram presentes.

    Por sua vez os outros grupos: como já dito, todos se destacaram pelo comprometimento e pelo resultado per si, nenhum se destacou negativamente, mas alguns com pontos positivos merecem destaque, como a atuação do Henrique Mendes, da Rizzia Nunes, bem com do Pedro Conrado, do Henrique Norberto e da Eduarda. Destarte, todos os grupos aproveitaram a temática da melhor forma possível, com focos e recursos diferentes, mas arquitetando histórias com conteúdo e, ao mesmo tempo, capazes de fixar nossa atenção, não sendo cansativas de presenciar.

    “O grande inquisidor” construiu um enredo didático, no qual cotejou discursos atemporais, em um julgamento diferenciado, em duas frentes que se complementavam. “Maomé e as Promessas do Islã” indiscutivelmente o trabalho com maior abordagem do direito processual penal, mas utilizando também as questões pertinentes do tema religioso. Por sua vez, o grupo “Cruzadas”, meu grupo, utilizamos duas óticas a cruzadas da idade média, com maior cunho teórico, e a cruzada contra o terror, que por meio de um paralelismo cômico, construímos uma comparação de períodos distintos e ao mesmo tempo muito semelhantes. “O Corão e sua hermenêutica” utilizou em seu enredo a cultura islâmica propriamente, abordando o Corão e Hermenêutica. “Fé, Exclusão e Disciplina - O IV Concílio de Latrão” de forma impar construiu sem enredo, e ao encenar não foi diferente, atuação e efeitos especiais se destacaram, mas não deixaram o conteúdo a parte. Por fim “Jerusalém- uma cidade, três religiões”, apresentação diversa das demais, sem uma narração linear, mas uma construção da cidade de Jerusalém pela ótica das religiões abordadas, por meio de poesias, textos e orações. Além do cerimonial, que ao longo de todo o trabalho, auxiliou os demais grupos, e proporcionou a todos uma infraestrutura impecável.

    Desta forma, inegável foi a importância desse trabalho para a turma, assim, temos que parabenizar o professor Sérgio Luiz que idealizou o Seminário de Processo Penal, mas também o quinto período que tornou o seminário real e excelente.

    Carlos Eduardo Simões Moraes

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  12. Lyntian Carvalho Cardoso5 de julho de 2012 às 22:17

    Gostaria de parabenizar a todos pelo esforço e dedicação no trabalho. Creio que todos tiveram como recompensa muito aprendizado, tanto para a vida acadêmica, quanto para a pessoal, além do prazer de assistir belíssimas apresentações. Minhas congratulações vão, especialmente, para o professor Sérgio Luís, mentor do projeto, pela iniciativa da proposta, inovando nos métodos de aprendizagem de seus alunos.
    Quanto ao conteúdo transmitido vimos que o desenvolvimento do processo penal decorre de séculos e que para chegarmos ao estágio atual de desenvolvimento do direito, diversas culturas, religiões e governos deixaram seus rastros. As ingerências do clero, a inquisição, os métodos antigos de julgamento e punições do processo penal, a luta por uma "libertação" de Jerusalém, as Cruzadas, dentre outros fatos históricos foram fundamentais para que se deseje a melhoria e o contínuo aperfeiçoamento do sistema processual penal atual.
    Todos os grupos se apresentaram muito bem, cada um com suas peculiaridades. Uns preferiram utilizar a comédia para passarem sua mensagem, outros o drama. O importante é que de algum modo cada grupo conseguiu transmitir a informação adequada para o público, causando diversas reações neste, o que, de certa forma, traduz a essência das artes: provocar as várias sensações humanas de forma singela, simples, mas profunda. Parabéns a todos!

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  13. Dêrlem Aparecida da Silva5 de julho de 2012 às 22:57

    Chegado o final do semestre, após muita pesquisa e superação, podemos constatar o quanto o seminário e toda a metodologia de avaliação utilizada foi importante para o nosso aprendizado e crescimento pessoal. Foi muito importante conhecermos os nossos limites e termos a oportunidade de investir em nossa formação pessoal e profissional.

    As apresentações do seminário foram muito boas, o empenho e esforço de todos foi bastante visível, embora algumas apresentações não tenham empolgado a plateia. Percebia-se o otimo trabalho que embasaram as apresentações.

    Obrigada ao professor Sérgio pela oportunidade e aos colegas pelas apresentações e ao grupo 6 pelo apoio e superação.

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  14. Sendo um adorador do método tradicional de ensino (aulas expositivas, provas individuais) percebi como inicialmente inusitada a proposta do Prof. Sérgio. Uma encenação teatral com temas pré-estabelecidos em uma disciplina de Direito Processual Penal. Grupos sorteados nas duas turmas. Pesquisa. Elaboração de roteiro. Ensaios. Trabalho escrito. Mais ensaios. Culminando nas apresentações em meio a um caótico fim de semestre. E claro, a Festa!

    De toda essa experiência faço a seguinte reflexão: sair do lugar comum não é algo fácil, causa inseguranças, provoca reações. Exige uma atitude pessoal, uma tomada de iniciativa. E parece que aqui uma analogia com os desafios da vida se faz própria. Numa avaliação posterior, não serão os momentos comuns que virão em nossas memórias, mas sim aqueles extraordinários que propiciaram alguma forma de crescimento pessoal. Espero que este seminário seja um desses momentos na vida acadêmica e pessoal dos alunos, professores e demais participantes. Agradeço a todos pela experiência e em especial aos membros do meu grupo. Que venham novos desafios!

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